Certa vez ouvi dizer que não há nada mais perigoso do que um tolo com iniciativa. No início achei meramente jocoso, até um pouco ácido. Depois, avaliando com calma (e revendo alguns exemplos muito próximos a mim), percebi há um fundo de verdade. Quando sua mãe se oferece para “dar um jeitinho” no seu escritório (e te deixa perdido por semanas), sua visita resolve lavar a louça do almoço (não é lá muito caprichosa e você tem que refazer o serviço) ou seu tio diz que o filho dele poderia lhe dar “uma ajudinha nesse negócio de tradução” já que ele “entende de Internet e fez até intercâmbio nos EUA”, estão cheios de boa intenção, crentes de que estão lhe dando uma suuuper ajuda. Certo? Pois é. Feliz daquele que consegue arrumar uma maneira de se livrar da encrenca sem magoar ninguém – afinal, eles realmente pretendem ajudar.
Já os que não conseguem… Bom, esses podem estar sujeitos a diversos inconvenientes – como os citados acima – dentre eles, a vergonha:
Bom, como ninguém tem a obrigação de entender inglês, eu explico. A cobertura a que eles se referem aqui é o último apartamento de um prédio e não à cobertura de um bolo (icing) ou evento televisivo como a “cobertura das eleições” (nesse caso, o tal do coverage).
A foto foi tirada dentro do elevador do nosso hotel em Porto Alegre e dá para perceber alguns outros problemas de tradução. Esse, porém se encaixa perfeitamente na figura apontada por João Roque Dias em sua palestra de abertura do congresso: o indivíduo que crê que basta adorar idiomas para ser um bom tradutor. Talvez o proprietário do hotel também acredite nisso e sequer suspeite que há algo de errado em seu aviso. Ou quem sabe ele até tenha cogitado solicitar os serviços de um tradutor, mas acabou sendo vítima de um tolo com iniciativa.
Érika, só agora descobri seu site e o blog. Gostei muito! Bonito, informativo e com ótimos posts. Você precisa fazer mais propaganda, esse site não merece ficar esquecido. Vou acompanhar e recomendar no meu blog também.
Parabéns!
Nossa, quanta honra! Muito obrigada pelo apoio, Bete 🙂